Laurentina & Pandemia
O aniversário de casamento chegou entre máscaras e Álcool gel!
O que antes iria ser um dia de festa e comemoração, este ano foi um autêntico desafio
Sair de casa, entrar num restaurante e diminuir o distanciamento social foi a nossa primeira batalha no regresso à (nova) normalidade. Após algumas pesquisas sobre Restaurantes em Lisboa, com um serviço dito “PREMIUM” e que cumprissem todas as recomendações face à pandemia (que tinha acabado de viver o seu auge em Portugal) acabámos por escolher o “Laurentina – O Rei do Bacalhau”
Rondava as 19h30m quando estacionámos na Avenida Conde Valbom a escaços metros do Restaurante.
A localização é excelente… mas a falta de estacionamento pode ajudar a abrir o apetite se a sorte não estiver do nosso lado
A apresentação exterior do restaurante pareceu-nos um tanto ou quanto tímida e reveladora de muitos anos de boas histórias. À entrada um Porteiro, de uma forçada simpatia, deu-nos as boas vindas enquanto nos indicava uma receção ao fundo do corredor.
E eis que a meio desse corredor está um tapete… de borracha… completamente encharcado parecendo uma pequena poça causada por algo não percetível. E aí vai o menino Jaime… caminhando em direção ao tapete e ZAAUUUUU!! Um salto em cumprimento…digno de quaisquer olimpíadas …sem molhar um milímetro do sapato e com um sorriso de vencedor na cara! Até que… a expressão estampada no olhar da senhora da receção se tornou reveladora…
Afinal aquela pequena poça não passava de um tapete de desinfeção, que era suposto pisar antes de seguirmos para o interior do Restaurante…
Coisas que não existiam da última vez que tínhamos saído de casa…
Já com um sorriso de lhe inundava o olhar a funcionária acompanhou-nos até à sala.
A iluminação da sala é reveladora de que se está a entrar num espaço que prima pela qualidade. Bem ao estilo dos finais dos 90’s… iluminação baixa e quente… rodeada por elementos de tons terra… e estávamos sozinhos, ao estilo de um qualquer jantar romântico da era em que a conta vinha em escudos.
A escolha da ementa já ia “estudada” de casa!!
Camarões Tigre à Moçambicana para entrada, seguidos de um Lascado de Bacalhau e de um Bacalhau com Broa como pratos principais.
A forma como fomos atendidos pelos funcionários foi surpreendentemente agradável… o serviço é muitoooooo mais descontraído do que seria de esperar num restaurante de uma linhagem tão clássica… mas ao mesmo tempo… nunca deixou de ser um serviço cuidadoso e proactivo, tanto na recomendação como na resposta aos nossos pedidos.
Mas vamos lá ao que interessa
O Camarão Tigre à Moçambicana tardou… mas no final, valeu a espera!! O Camarão estava simplesmente BRUTALLLLLL!!! E a batata doce que o acompanhava foi talvez a melhor que provámos até hoje!! É sem duvida uma recomendação que fazemos… Irrepreensível!
O tempo de espera pelo Camarão fez-se valer ainda estávamos nós a lutar pelos últimos pedaços de batata doce.
Fomos “invadidos” por meia dúzia de pratos que nos fizeram salivar!!
Os pratos principais emanavam um aroma de bradar aos céus…
Desde o Bacalhau… aos grelos… ao azeite… tudo cheirava a algo que nos fez viajar até à infância, quando no Natal as nossas casas eram envoltas no cheiro a comida caseira e deliciosa.
Olhámos um para o outro, quase que numa confissão do pecado que estávamos prestes a cometer
E deixem que vos diga… o Lascado de Bacalhau… é indescritível!! Ao nível dos melhores pratos que nos passaram pela frente desde que a memória nos permite recordar!!
O Bacalhau com Broa é bom… mas… tirando a excelente apresentação, é um prato difícil de apreciar enquanto se degusta em simultâneo o Lascado…
O excesso de gordura que acompanha o bacalhau com broa também não abona muito a seu favor. É um prato que poderia ser facilmente pontuado, numa escala de zero a dez, com um 6.5… é bom… de boa qualidade… mas poderia ser muito superior!
As quantidades de comida por dose são muitíssimo aceitáveis… chegando a ser até demasiado se também equacionarem os Camarões como entrada.
Cheios… muito cheios… a olhar um para o outro com olhar de “não consigo comer nem mais uma azeitona”… eis que somos abordados por uma simpática funcionária que nos recomenda um leite creme para a sobremesa…
ALTO!!! Uma pessoa pode estar muito cheia… mas calma… um docinho é sempre um docinho
Volta a senhora simpática com os Leite-Cremes sempre com um sorriso no olhar.
Meus amigos… quantos Leite-Cremes comeram na vida??
ESQUEÇAM!!!
Aquilo é uma substancia enviada pelo demónio da barriguita com o propósito de dominar a terra!! É de comer e chorar por mais!! E acreditem… nós não somos grandes apreciadores de doces… mas aquilo é “O DOCE”!!
Resumindo a experiência…
Preço: Camarões, pratos pricipais, sobremesa, duas cervejas, águas e café rondaram os 80€
Serviço: “Pseudo” Premium… um bom serviço, agradável, maioritariamente rápido tirando o caso dos Camarões... mas um pouco menos cuidado do que seria de esperar.
Comida: Maioritariamente DIVINAL!! Tirando o Bacalhau com Broa que sendo um bom prato não é divinal, todos os outros foram pratos que nos vão ficar na memória por muito tempo pela melhor das razões.
Regras de Segurança: LEMBREM-SE!! O tapete da entrada É PARA PISAR!! Todas as normas e recomendações que são percetíveis são cumpridas por todos os funcionários com quem tivemos contacto.
Foi um ótimo espaço para regressar-mos a um restaurante pós pandemia, embora com pontos altos e outro nem tanto, o restaurante revelou-se bastante agradável e um sitio ótimo para um jantar mais romântico de pessoas que adorem comer
É sem duvida um Restaurante que recomendamos. Uma experiência a repetir